Porque hoje pode tornar-se num grande dia. São 18h15... Mal posso esperar pelo correr do tempo, pelo passar da idade... por que o telemóvel toque...
Porque hoje me apetece café... mais do que nunca na vida... na verdade se calhar nem preciso de café... [não quero correr o risco de que as cápsulas se tenham acabado e...]... não quero nada... não quero sequer um motivo. Quero que sim. Só. Queria olhar nos olhos e perceber que sim. Ou que não. Queria que o corpo percebesse aquilo que proíbo a minha cabeça de tentar perceber. Queria que o teu corpo percebesse aquilo que tens que proibir a tua cabeça de tentar perceber. Hoje.
Podíamos ficar assim quietos. A ouvir o tempo a passar. Em silêncio, com um daqueles relógios que fazem muito barulho... tic tac tic tac por cima das nossas cabeças... que nos ajudam a perceber que cada tic e cada tac é um momento junto que desperdiçamos... Também podíamos dizer as coisas que ficaram por dizer, podíamos ficar a noite toda sem nos calarmos um minuto... podíamos sair à noite dos nossos mundos, e encontrar um sítio só nosso para estar.... Hoje podíamos ser só nós... boa?!
Será que sem dares por isso te podia tocar? A que é que sabe o teu cheiro? E se me encostasse a ti podias fazer-me festinhas?... Podia ser uma criança na idade dos porquês... e ir explorando aqueles teus pequenos mistérios?... Podia olhar para os teus olhos o resto do tempo?
Depois... quando ficasse mais escuro... e sempre sem te tocar... podia dar-te a mão e dizer-te que não é preciso ter medo. Eu estou aqui. E estou porque quero. Acima de tudo porque gosto... Estou porque não tenho motivo... Porque sim... Porque como a R. sabe, borboletas na barriga não curam gastrites, mas ajudam imenso... Porque...
Porque Hoje.... hoje podia ser um grande dia... e com um bocadinho de sorte, bebé, hoje... hoje até podia ser um dia feliz...
Sem comentários:
Enviar um comentário