quinta-feira, 29 de março de 2007

Explodindo "de mansinho"...

Incapaz de o expressar como devia, converto o que sinto nesta necessidade de pincelar um pouco este esboço que vem sendo concretizado ao longo de cinco rápidos anos, com as cores escuras que me perturbam o juízo.
Que pensamento deve dominar a mão que pinta, que ideias deve ela privilegiar? A amizade, essa encontro-a em vários planos, consoante a personagem que quer o pintor retratar. Na verdade, encontro áreas desta enorme tela em que o verde esperança se tem vindo a desvanecer, cores vivas que tendem a desaparecer, faces empalidecidas...tenho feito grandes descobertas, perdidas no sfumato que realça o passar do tempo, a imperdoável cronologia...
É um quadro em que grande parte do realismo inicial se vem, recentemente, convertendo em abstraccionismo, em mistura de tudo e de nada. Cada vez tenho por mais certa a presença constante da incerteza. É um esboço tão límpido, o que jaz sob esta turva camada de tinta...
Não sei como vos dizer isto, mas sou um pintor sem alma. Primeiro porque pinto com palavras, sendo infiel ao pincel que não sei manobrar com a perícia necessária. Segundo porque não consigo dizer-vos, a vocês que muito significam e significaram para mim, o quanto me deixam desgostoso, o quanto me espantam por se tornarem naquilo que outrora criticaram, por se deixarem corromper pela simplista futilidade. Nem sei como vos pintar nesta tela, pois que ela deve ser intemporal. E o conceito de pessoa que tinha, não consegue - tanto quanto vejo - resistir ao tempo.
O desgosto que me causam, prende-se precisamente com a mudança que não compreendo, voando entre opostos. O grande valor das minhas amizades residia nas pessoas simples que tentava conhecer. Hoje, encontro-me rodeado pela falsa sofisticação que não passa de uma capa exterior que tem tanto de falsa, que se destroi às primeiras palavras que vos ouço pronunciar.
Por último, interrogo-me sobre a forma ideal de exortar os traços novos, as surpresas que tenho encontrado e que me inspiram a dar outras cores ao quadro que pinto, novas tonalidades aos meus sentimentos. Têm sido raros estes traços, pelo que mais fácil é de os distinguir por entre a desilusão presa no pano amorfo...
Que misto incoerente ressalta nesta pintura...


...não menos incoerente é a minha vida.
Vida em que penso conhecer quem, afinal, não conheço.
Vida em que me deixo enganar por golpes de vista escancarados.
Vida em que me rebaixo às pequenas insignificâncias que figuram nas minhas relações mais pessoais.
Pergunto onde anda a razão de ser de tudo.
Pergunto onde começa a minha falácia.
Por que motivo abunda o erro e escasseiam as boas pessoas?
Duvido de mim, nesta incapacidade de ter critérios.
Mas nada mais resta senão reconhecer a subjectividade que me prende ao desgosto, nada mais resta senão reconhecer o pouco de bom que encontro em alguns de vocês...

A um mês do final da licenciatura...

Vejo-me rodeado de fitas de finalistas e tento a cada uma atribuir o seu significado.
Ninguém é igual, cada um dos finalistas que conheço tem uma bolha de sabão que os envolve, protegidos por um sem-número de características muito particulares.
Ainda assim, confundem-se aqueles cuja convivência nos aproximou sem nunca permitir grande intimidade, com os que de tão especiais, dispensam fitas, uma vez que o que lhes pretendo dizer, digo-o sem falar.
Afirmo que se confundem, mas não em mim. Confundem-se nos corredores, confundem-se nas entrevistas, confundem-se no monte de fitas que guardo cuidadosamente na minha secretária, à espera de tempo e inspiração.
Não se confundem em mim, de facto. Muito porque todos, até hoje, me mereceram todo o respeito, alguns beneficiando mesmo de uma certa admiração.
Venho falar de todos e em honra de todos. Venho falar dos finalistas, venho falar - por isso - também de mim.

Tempos áureos passados, foram construídos de suor, de dedicação, de companheirismo.
Não recordo com especial ênfase nenhum momento que, naquela Faculdade, tenha passado sozinho. E orgulho-me disso. Orgulho-me - e reconheço algum prazer - de ter guardados, na prateleira da minha vida académica - momentos passados essencialmente em conjunto com colegas, desde os inesquecíveis jantares de turma, às cartadas no bar, às cumplicidades em testes e exames, viagens de grupo aqui e ali, a maldicência típica "contra" os professores...

Não esquecerei a Faculdade, mas acima disso, não esquecerei pessoas (apenas algumas, é certo) que concretizaram a ideia que tenho da minha licenciatura. Parto, com a plena consciência de que ninguém mais experimentará o mesmo curso que nós, os que agora partimos. Não só por causa de Bolonha, mas também porque já não vejo caloiros como nós fomos, nem vejo o espírito de paródia que, como recém-veteranos e hoje como finalistas, sempre procurámos manter.

Hoje vejo essencialmente pessoas vazias a deambular pelos corredores, vejo uma abstracção absurda que não consigo qualificar...destacamos-nos dos restantes por tudo o que conseguimos concretizar, desde os debates sobre a idade do Mantorras, aos períodos de estudo intensivo e de entreajuda.

Falo a todos os finalistas - e por todos apenas me preocupo em abranger-vos a vocês, que eu acompanho e que me acompanham, que seguem comigo esta caminhada - com o intuito de vos agradecer por me terem feito viver - admito que não tão fortemente como havia sonhado - um espírito de grupo, um espírito académico que nunca poderei esquecer.

Muitas adversidades chegarão ainda neste último mês. Sim, estamos a um mês do fim. Mas mantemo-nos juntos, mantemo-nos academicamente juntos.

Vamos preparar-nos para cortar a meta do 5.º ano num abraço colectivo bem forte.

Parabéns a todos vocês, parabéns a todos nós.

quarta-feira, 28 de março de 2007

...anda lá Zé... 'tá na hora Super Bock...

"É um homem como tantos outros nesta terra, neste mundo, um Einstein esmagado sob uma montanha de impossíveis, um filósofo, um grande escritor analfabeto. Alguma coisa seria que nao pode ser nunca.", in "As Pequenas Memórias", José Saramago.
Ao ler este excerto recordei-me automaticamente de um bom rapaz que conheço... uma pessoa excepcional, com talentos multiplos, super inteligente, a quem a vida terá roubado melhores oportunidades... um génio incompreendido, preso numa teia que alguém teceu para ele... e cada vez que estou com ele... que o vejo numa espécie de letargia, de hipnose, ajudado pelo alcool e pelas frustraçoes da vida, sinto me uma privilegiada... sente-se na pele a injustiça... tantas oportunidades para alguns, que escandalosamente as menosprezam e desperdiçam, e para aquele moço... mais um no meio de tantos outros... mas tão unico e especial... nada?!... e dia após dia, Super Bock após Super Bock (... anda lá Zé... tá na hora Super Bock...), noite após noite, vejo nos olhos aguados dele a imagem da tristeza, de uma vida que nunca foi... e o que seria se lhe dessem as oportunidades que merecia? Margarida... não vás por aí... e passado tanto tempo... talvez eu devesse ter ouvido os seus sábios conselhos... dá-me um aperto no coraçao cada vez que penso nele... um homem simples, trabalhador... um desenhador nato... do melhor que já vi... um pensador e filósofo, admirador de Rolling Stones como só ele... um impulsionador, um activista e resistente... "um Einstein esmagado sob uma montanha de impossíveis"... um AMIGO!
(um beijo para ti, Stones ;) )

domingo, 25 de março de 2007

Bé, Pipa, John's y los demás ;)

Costumo dizer aos meus amigos (ou a simples conhecidos... seja a quem for), quando estes se sentem mais em baixo... quando se sentem como eu às vezes me sinto: olho à minha volta e não vejo solução para a minha vida... tudo tão velho, tão conhecido, tão sem interesse... para não se esquecerem que existe um mundo lá fora... Eu já fiz a experiência!! Depois de 14 horas de avião... (ok... podia estar apenas a voar às voltas... mas eu sei que nao!!) continua a haver mundo... e pessoas... e coisas para fazermos, sítios para vivermos... nao podemos entao ter a pretensao de que somos tao especiais que nunca vamos encontrar um sítio para nós pois não?? E esta minha mensagem de esperançao, tao frequentemente usada... teve ontem o seu expoente máximo... esta noite... descobri que existe um mundo novo lá fora... ao virar da esquina... e pode ser tão bom esse mundo... pelo menos tao bonito e com gente tão gira... e com amigos a precisar de ser ajudados... a sentirem se como eu me senti à bem pouco tempo... e com tantas coisas novas... amigas a divertirem-se, corpos a balançarem, ritmos frios tornados quentes... e sorrisos... olhares... pessoas que nao conheces... ontem de repente senti-me minuscula... ao perceber que eu com tantos problemas... e com um mundo por descobrir ao virar da eskina... e senti me enorme... por poder compreende-lo...

sexta-feira, 23 de março de 2007

No limite...

"Venha o que vier, nada é maior que a minha alma!"... dizia o Poeta... queixo-me queixo-me... mas no fundo até sou uma pessoa com bastante sorte... vivo no limite... ora em cima, ora em baixo... deixo-me levar pelo coraçao e pela intuiçao... e no fim... as coisas correm bem... depois de duas semanas de mal estar... em baixo, triste e aparentemente sem futuro... eis que me sinto de volta... as coisas começam a encaixar de novo... sinto me bem... ADORO o meu emprego... voltei a estudar... tenho amigos que sao os melhores do mundo (e arredores!!!)... voltei a dormir como um bebé... quase arriscaria dizer que estou pronta para outra... e sabem... razao tinha Ele... o Poeta... "Venha o que vier, nada é maior que a minha alma!"

quarta-feira, 21 de março de 2007

Neste dia dedicado à poesia (entre outras coisas...)

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.



Fernando Pessoa, Novembro de 1930

Olho com atençao para os destroços dos ultimos dias... um furacao de emoçoes assolou o meu mundo... depois da tempestade... a bonança... olho pela janela (abro os olhos?!) e vejo um sol lindo lá fora... um montão de sorrisos e de braços abertos... vozes que me chamam de um lado para o outro... e eu sem mãos a medir... também vejo uma Primavera acabadinha de chegar... olho de novo com atençao para tras... e sei que nao é o que quero para mim... nao kero mais vidros partidos (muito menos coraçoes...), nao kero mais inundaçoes de lagrimas... nao kero mais desarrumaçao em forma de subserviencia... nao preciso de varrer nada, pois o vento (ou será o tempo?!) acabam por levar tudo... e dos destroços apenas vao sobrar as peças com valor, aquilo que nao se partiu (sobrará alguma coisa??)... coisas que vou guardar para sempre no cantinho da memória... entretanto... a vida corre lá fora... e eu vou em busca do tempo perdido...
Obrigada a todos... :)

terça-feira, 20 de março de 2007

A minha viagem diária...

Pois é, a cada dia que passa, mais íntima é a minha relação com os caminhos de ferro portugueses. Na verdade, ando todos os dias (pelo menos os úteis) de comboio, o que vejo como algo tão positivo quanto negativo...
Felizmente, sei o que é andar de comboio desde cedo. Relembro, com saudade, os passeios que fazia com os meus avós, sendo que, quando era a minha avó sozinha a ir buscar-me a Oeiras, a viagem até Lisboa era invariavelmente feita de comboio.
O comboio é um óptimo sítio para conhecer a gente que nos rodeia, o povo em que nós próprios nos integramos. De facto, é um exercício muito curioso que quem apenas se desloca em veículo privado não pode efectuar. Gosto de apreciar, desde a senhora de alguma idade que mete conversa com a pessoa ao seu lado, sobre a "juventude de agora"; o skater que entra na estação e percorre todo o centro da carruagem - de uma ponta à outra - deslocando-se no seu skate; o moldavo que toca o acordião...admiro tanto as personagens típicas quanto os anónimos e "normais" transeuntes.
No entanto, é de conhecimento geral, a característica ineficiência das linhas da grande Lisboa. E tem sido uma experiência dolorosa (maioritariamente, mas não em exclusivo, no plano psicológico), que não me deixa aproveitar como gostaria a magnífica viagem que é, efectivamente, a que liga o Cais do Sodré a Cascais, sempre junto à margem norte do Tejo. Já acompanhei o nascer do dia, o por-do-sol, o regresso da praia de muito, o passeio turístico de uns outros tantos...
Tive igualmente oportunidade de conhecer as "linhas de cascais" de outros países europeus. Paris, Londres, Bruxelas, Milão...meros exemplos...e nada se compara com a nossa confusão. E sinto-me triste com isso. Ganhei o conforto e o bem-estar, onde a paisagem muitas vezes se resume a bairros habitacionais. Perdi a beleza de um rio que me acompanha, quando, de regresso a casa, passei 20 minutos a tentar fugir ao cheiro a catinga...
Fica aqui a crítica, o desgosto, mas o reconhecimento profundo de bons momentos que se têm concretizado ao longo de períodos distintos da minha vida. Fica a saudosa invocação do direito a pagar apenas 1/4 (e mais tarde 1/2) bilhete...mas mantém-se o cheiro a castanhas assadas, ao chegar, pelo Outono, ao meu destino.
Esta tem sido também, em parte, a minha "casa"...aqui tenho o tempo que posso tomar por garantido (+-20minutos em cada viagem), tempo em que por vezes escrevo no meu moleskine, tempo em que sonho como se ainda fosse menino...tempo em que aprecio as velas dos veleiros que passeiam no rio...tempo...tempo...tempo...

...tempo que não tenho noutro sítio.
(v. também À beira-rio...num comboio)

segunda-feira, 19 de março de 2007

À deriva...

O que fazer connosco quando não encontramos um rumo certo? Remar sem destino... ou andar à deriva até se acabarem as provisões...? Quem me puder ajudar... agradeço...

domingo, 18 de março de 2007

Intimidades...

ohhh... e de novo sinto a minha cabeça em água... escondo-me debaixo dos lençóis... mais uma madrugada em claro a sonhar com o que nao tenho, o que nao tive e o que provavelmente nao voltarei a ter... palavras como amor, amizade, confiança ou mesmo felicidade sao neste momento palavras vazias de significado para mim... morderam-me o coraçao como quem o lambe... roubaram-me um bocado sem eu dar por isso... e agora o meu mundo nao é mais do que um acumular de coisas, sentimentos vazios que me doem pelo silencio... sao madrugadas em claro a sonhar... com o passado...

sábado, 17 de março de 2007

O nosso mundo...

O Mundo é, cada vez mais, uma incubadora de excentricidades sendo que, mais tarde ou mais cedo, chegamos a dias como o de hoje, em que nada à nossa volta parece fazer sentido...

Rodeados de sorrisos, não nos apercebemos de como tudo é escuro e trapaceiro; de como tudo é dúbio e subvertido...

E o desgosto chega, e a mágoa toca a nossa alma, e a vida que nos reconhecemos viver não é mais que uma torre de Babel... Ouço-te, pelo dom que tens de me fazer sentir falar por tuas palavras...Ouço-te, porque falaste sempre sem te preocupar com quem te está a ouvir. O teu texto é verdadeiro, é puro, é sentido...não foi escrito para se vender...

Ora até que enfim..., perfeitamente...
Cá está ela!
Tenho a loucura exactamente na cabeça.

Meu coração estoirou como uma bomba de pataco,
E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...

Graças a Deus que estou doido!
Que tudo quanto dei me voltou em lixo,
E, como cuspo atirado ao vento,
Me dispersou pela cara livre!
Que tudo quanto fui me atou aos pés,
Como a sarapilheira para embrulhar coisa nenhuma!
Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta
E me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!
Graças a Deus, porque, como na bebedeira,
Isto é uma solução.
Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!
Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!

Poesia transcendental, já a fiz também!
Grandes raptos líricos, também já por cá passaram!
A organização de poemas relativos à vastidão de cada assunto resolvido em vários -
Também não é novidade.

Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...
Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar numa pia, comia-o.
Com esforço, mas era para bom fim.
Ao menos era para um fim.
E assim como não sou não tenho nem fim nem vida...

Álvaro de Campos, 1929


sexta-feira, 16 de março de 2007

Ressaca...

"Adquirira as características do que é quebrável e ingressara na grande família das coisas que se costumam partir: partir a loiça, partir pedra, partir o coraçao, partir para nao voltar".
in "O chao que ela pisa", Salman Rushdie

Esta semana adquiri essas caracteristicas... ingressei na familia das coisas que partem... em dois sentidos... partiram me o coraçao... e parti para nao voltar... dificilmente voltarei a ser a mesma, depois do que aprendi nestes ultimos dias... aprendi que as relaçoes humanas sao dificeis, que o mundo é um lugar estranho... aprendi que tenho amigos e que nao kero, nao posso e nao vou sobreviver sem eles... aprendi que nao nos podemos dar as pessoas... se nao keremos de alguma maneira partir... que nos partam... ficar susceptiveis...

Dei muito... quase tudo por uma pessoa... partiu me o coraçao... parti(mos) para nao voltar.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Café ao por-do-sol...

Sentado na minha cadeira, aprecio o fim do dia. Vivemos na (in)certeza de contarmos com um amanhã garantido desde ontem...será que assim deve ser?
É curioso pensar nisto, até porque é frequente ouvir posições discordantes...quando chegamos às questões sobre o modo correcto de encarar a vida, uns batem-se pela máxima carpe diem, outros preferem planear, prevenindo o que para qualquer comum mortal é racional e conscientemente imprevisível.
Ora, aqui me encontro, frente ao por-do-sol, vislumbrando este diurno companheiro a esgueirar-se pela rectidão do horizonte, levando consigo o calor e abrindo caminha para uma brisa (inicialmente) ligeira, que ainda assim me faz vestir a camisola.
Penso para comigo como o mundo é surpreendente e como nada, no seu essencial, se pode prever. A alegria de uns, tanto pode ser apenas deles como de todo o mundo. Quero acreditar que todos temos muito a dar uns aos outros e que o quotidiano por-do-sol apenas anuncia um subsequente nascer do sol ainda mais positivo e mais aconchegante, não em especial para mim, mas para todos. Assim certamente se reflectirá em mim, com a externalidade positiva de encontrar, junto ao meu, inúmeros sorrisos mais.
Estou em crer que um «mundo de sorrisos», ainda que algo utópico e esteticamente imaturo, é um bom objectivo.
E aqui estou, olhando para a xícara do café, absorvendo lentamente a adrenalina, pensando em tudo e em nada... Deverei planear mais, planear menos, não planear?
Muito pouco na (minha) é certo...acabo por decidir esquecer-me de mim e dedicar-me apenas a esta perfeição distante...
O dia de hoje foi, em definitivo, reservado para um Elogio aos Amigos...penso em vocês, na presença espectacular que todos têm na minha vida e em como cada um por si, mas todos no conjunto, tanto me dão!
Também a minha vida é actualmente um "por-do-sol", já que há um ciclo a fechar-se devagar mas visivelmente. Vocês são uma certeza, que me acompanhará garantidamente no próximo passo. São a minha "linha do horizonte"...
Fico-me por aqui...deixem o dia adormecer e levantar-me-ei do café, levando comigo tantas lembranças quantas recordei nestes minutos de paz.

Porquê esta dupla?

A persistência não é algo, em si, positivo. O uso que lhe damos pode, no entanto, ser.

Foi basicamente isso que sucedeu. Junta-se aqui um perfeccionista com uma improvisadora...planeamento e sentido prático...mas não pensem que foi fácil!

Na verdade, o momento é o ideal para começar este projecto. Essencialmente, apercebo-me de como o curso na faculdade está a caminhar para o fim e como, de facto, há que sedimentar as amizades, as relações que desejamos manter no futuro. Conhecer novas pessoas, espero fazê-lo toda a vida. Mas valorizar e reforçar constantemente os elos de aproximação entre quem já está por nós "conquistado" - e que, desejavelmente, também já nos conquistou - não é tarefa menos digna, nem tão pouco menos necessária.

A ti, co-autora desta incógnita, o meu muito obrigado por acederes a participar na aventura que nenhum de nós conhece ainda concretamente. Confio em ti e conto contigo para que, contra ventos e marés, contra boatos, bocas, invejas ou suposições, mostremos como no fundo o essencial é sabermos quem somos e conseguirmos valorizar os sentimentos que uma crescente amizade nos pode dar! Que todos leiam o que temos a dizer e se intriguem com o que quiserem intrigar.

Por vezes é pena estar nas bocas do mundo, mas infelizmente, aceito-o sem me poder queixar...

Fica a certeza de que quem quiser compreender, compreenderá...por muito ambíguos que, aos seus olhos, possamos parecer.

Nasceu...

Passou tanto tempo... ou entao nao... kero acreditar que o tempo é uma criaçao do Homem... sem qualquer tipo de nexo... o tempo nao é mais... (nao foi mais...) do que um processo de maturaçao... e finalmente... esse processo chegou ao fim... e o nosso blog nasceu...
E por ter passado todo esse processo... as coisas sao tao diferentes agora... (ja conheço melhor o "pai" do meu filho... temos que convir que é importante!! ;))... criou se uma empatia que só pode dar bom resultado... e é com esta mensagem de esperança... a pouca que ainda sobra... que inicio a minha "actuaçao"...