segunda-feira, 18 de junho de 2007

Ao ritmo do meu coração

Sem te ver, sem te alcançar,
ouço-te percorrer o mundo...
O meu mundo.

Não abro os meus olhos,
ou fazendo-o, fujo da luz,
rejeito abrir a persiana,
reservo-me ao encantamento da escuridão.

Sei que não conseguirei sentir-te,
nem ver-te com o meu olhar,
por isso fujo à desilusão
de saber que apenas te posso sonhar.

O sol vai alto,
as ondas balanças o mar
e em remoinhos aveludados pela rebentação
deixo-me naufragar nos sentimentos,
abandono o mundo que respiro e,
nessa espiral de confusões,
procuro ouvir-te mais perto,
no fundo deste mar que és para mim.

Anseio encontrar-te e, atento,
pressinto um sinal que me chama...
Pum-pum... Pum-pum...
Ecoas em mim...

Resta-me acordar e esperar adormecer de novo,
resta-me respirar o mundo para o qual morro cada noite,
esperando encontrar-te outra vez,
perdida e achada em mim,
guardada e cintilante...
...ao ritmo do meu coração.

6 comentários:

Anónimo disse...

nas sombras sinto

Francisco Cabral Matos disse...

Perfeito..."nas sombras sinto"...nem mais...
Mas admito que há um certo prazer nesse sentir...numa perspectiva só nossa...

Anónimo disse...

Um doce amargo prazer que numa incoerência... nos faz viver mortificados

Francisco Cabral Matos disse...

Há sempre ALGUÉM que nos surpreende!

Será para continuar,esta participação? Obrigado pelos complementos ao post!

Anónimo disse...

Se o sentimento exigir a participação continuará. Irá sempre ALGUÉM participar ou sempre irá participar alguém?
Continua os post!

Francisco Cabral Matos disse...

Pelo que me apercebo, terei sempre, pelo menos, ALGUÉM "nas sombras"...mas atento!