Mais tarde ou mais cedo isto teria que acontecer!
Scarlett escapara mais uma vez à atracção que a morte parecia exercer sobre ela. Scarlett pensou naqueles que ama. E decidiu não pôr fim à vida! Scarlett decidiu não decidir. E fugiu!
Fugiu mais uma vez por esse mundo fora. Viveu longe de tudo, fingindo ser quem não era. Duas ou três vezes ao dia pensava. Pensou nela, nos outros, na sua relação com os outros. Pensou que talvez devesse ter decidido decidir-se. Pensou que as próximas duas semanas iam ser difíceis. Pensou que poderia voltar a tentar. Mais uma vez. E outra. E outra.
Finalmente decidiu pedir ajuda. Lançar um último "grito de alerta". Scarlett aprendia nessa altura que o que quer que quisesse fazer, teria de ser silenciosamente.
Acabou por se zangar com o mundo ao perceber que a pessoa que julgava amar estava longe. Mesmo quando estava perto. Zangou-se com o mundo pela maneira como a enganou. Zangou-se com ela própria por se ter deixado enganar. E aí chorou. De raiva, de medo, de tudo. Só queria poder estar com ele outra vez. Mais uma vez. E então ouviu...
"Posso-te sorrir no escuro, e pensar que tu nem vês. Posso-te beijar nos olhos, e pensar que tu nem sentes. Desenhar todas as curvas, de que é feito o teu corpo. Penetrar-te nos teus sonhos, com a ponta dos meus dedos". E tentou... Scarlett fugiu outra vez na esperança de o encontrar nesse espaço vazio. E se está tudo perdido? Azar!
Mais uma vez Scarlett estava perante uma questão essencial, num mundo descartável...
Mais uma vez Scarlett decidiu!
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