Já passaram 15 anos mas podia ter sido ontem... recordo-me de cada minuto... dos nossos últimos... dos meus depois... e não fiz nada por isso. Não fiz nada de nada. Foi o vazio. E lembro-me dele. Era inacreditável... nunca tinha sentido nada assim... e nunca mais voltei a sentir nada assim. Porque tu eras tu. Eras única. Eras vida... e desde aí sabes como as nossas vidas se entrecruzaram e sabes como me adaptei à tua ausência, vivendo-te um pouco...E depois todas as recordações. As que me deixaste e as de quando me deixaste. Porque não foi justo. Nada... (mas também nunca ninguém disse que era...)E ainda hoje choro quando penso em ti. Na nossa altura não havia psicólogos... havia uma sala cheia de sombras, que choravam... havia o teu lugar vazio... havia um Eu que não era eu... a folhear o meu/nosso caderno sem conseguir saber quem tinha escrito o teu. Hoje ainda existem os nossos testes feitos a meias... ainda sei cozinhar os ovos mexidos da forma que me ensinaste... há a tua irmã Sofia IGUAL a ti... e acima de tudo há tudo aquilo de que não me vou esquecer nunca. Há eu própria construída à imagem da pessoa "fixe" que eras e que eu sonhava um dia conseguir ser... Há 15 anos de distância... que não parece mais do que 15 minutos... (e quando fecho os olhos parece que foi ontem que o meu pai te deixou à porta de casa... e que afinal não passou este tempo todo...)
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