"Your body is a Wonderland..."

Isso tudo... e umas quantas saudades... poucas...

As suficientes para preferir não ouvir o teu nome por aí... para não frequentar os teus sítios... para não querer passar à tua porta e para me conseguir afastar e voltar à minha vida normal... para fingir que foste apenas mais um.

E sentir-me, dentro da tristeza de não te ter... a pessoa mais feliz do mundo por, pelo menos uma vez, te ter tido...

And your body's really a wonderland =)

Os dias que passam e as construções na areia...

Sempre gostei de castelos na areia. E cada dia que passa gosto mais... Gosto das construções artísticas que se fazem... da iminência da onda que vem e leva... Gosto de saber que não vai durar e que não depende de mim que dure... Gosto do desprendimento... Gosto de olhar para a minha obra tão perfeitinha e bonita e usufruir de cada momento dela, sempre como se fosse o último... Depois a protecção... a ideia de auto segurança e independência que dá viver num sítio assim... Gosto dos barulhos a meio da noite, do confortável que pode ser viver na praia... gosto de todos os bichos maus que aparecem... do quentinho dos dias bons e dos terríveis temporais... acima de tudo gosto do meu grande castelo, forte... :)

Mesmo que eu saiba que uma onda o vai levar um dia... com o consolo que essa onda não vai ser uma onda... mas um verdadeiro maremoto...

(An unexpected) Midnight summer dream...

Contrariamente ao que tinha planeado, dou por mim a procurar-te na minha cama... noite após noite... aninho-me e procuro o cheiro do teu perfume nos lençóis que não tive coragem de trocar... eventualmente o cheiro ácido do teu corpo suado... a única coisa que encontro é o silêncio da tua "magia" - como lhe chamas - enquanto apareces e desapareces como se tudo não tivesse passado de um sonho de uma noite de Verão...

O efeito borboleta...

às vezes acontecem nas nossas vidas coisas absolutamente surreais que nos fazem convergir para aquilo que um dia fomos... e talvez nos possamos apaixonar pelas pessoas que éramos, por aquilo em que acreditávamos... viver com as pessoas que um dia por um motivo ou outro saíram das nossas vidas... e não ser feliz... ser muito feliz com elas... e esta semana do corrente ano de Junho de 2010 foi um regresso ao passado, em que o meu presente abandonou o meu futuro, e me deixou, literalmente, nos braços do passado, com pessoas e situações que, no seu tempo, foram, e voltaram a ser, passados todos estes anos, as mais importantes do mundo...

"ever since I saw you, I want to hold you..."... podia ser a BSO... e podia esperar outros 13 anos para que tudo voltasse a acontecer outra vez da maneira que aconteceu desta... podia ter 12, 25, 38, 51, 64... "podia-me habituar a que fosse todos os dias assim..."... podia conhecer a tua sala... podia destruir o castelo de areia que fui construindo nos últimos meses... até podia tatuar o símbolo da VW na minha anca... do lado esquerdo de preferência...

E mesmo assim... mesmo que com tudo isto tu aches que não... só por um dia, passado tanto tempo, te poder ter tido em mim, e comigo, por uma noite... sabes... amor... valeu a pena...

"Fizeste-me muito muito feliz :)"

15 anos depois...

Já passaram 15 anos mas podia ter sido ontem... recordo-me de cada minuto... dos nossos últimos... dos meus depois... e não fiz nada por isso. Não fiz nada de nada. Foi o vazio. E lembro-me dele. Era inacreditável... nunca tinha sentido nada assim... e nunca mais voltei a sentir nada assim. Porque tu eras tu. Eras única. Eras vida... e desde aí sabes como as nossas vidas se entrecruzaram e sabes como me adaptei à tua ausência, vivendo-te um pouco...E depois todas as recordações. As que me deixaste e as de quando me deixaste. Porque não foi justo. Nada... (mas também nunca ninguém disse que era...)E ainda hoje choro quando penso em ti. Na nossa altura não havia psicólogos... havia uma sala cheia de sombras, que choravam... havia o teu lugar vazio... havia um Eu que não era eu... a folhear o meu/nosso caderno sem conseguir saber quem tinha escrito o teu. Hoje ainda existem os nossos testes feitos a meias... ainda sei cozinhar os ovos mexidos da forma que me ensinaste... há a tua irmã Sofia IGUAL a ti... e acima de tudo há tudo aquilo de que não me vou esquecer nunca. Há eu própria construída à imagem da pessoa "fixe" que eras e que eu sonhava um dia conseguir ser... Há 15 anos de distância... que não parece mais do que 15 minutos... (e quando fecho os olhos parece que foi ontem que o meu pai te deixou à porta de casa... e que afinal não passou este tempo todo...)

Retalhos do passado...

20.Jan.2010

Quando acendi aquele cigarro jurei a mim própria que seria o último. O último!

Depois olhei à volta... subitamente apeteceu-me fumar um cigarro contigo. Podia enviar-te uma mensagem a perguntar se te apetecia... mesmo que não respondesses...

A partir daí foi o descalabro... quando entraste olhaste para mim. O sol a bater-te na cara... lembras?!

*

Na verdade os dias não têm sido fáceis... vivemos rodeados de gente tão imbecil...

O mundo é tão duro... estou tão farta disto... queria que às vezes [ou será que às vezes queria...?!]...

21. Jan.2010

Às vezes apetece-me desaparecer daqui. Nunca mais voltar. Depois, outros dias, como hoje, parece-me que só aqui as coisas fazer sentido.

A verdade é que... a verdade é que há presenças simpáticas. A tua. Os teus eternos silêncios...

22.Jan.2010

Sinto-te(me) distante e misterioso. Farto(s) disto.

E é tudo por hoje. Sexta.